CULTURA

Conversamos com o criador de ‘Um mundo sem…’, fenômeno da animação que acabou de estrear no Brasil

Já imaginou um mundo sem escrita? Você não estaria lendo esta entrevista

 

“Um Mundo Sem…” é uma animação que, em episódios curtos, propõe reflexões bem humoradas sobre as pequenas coisas do dia a dia. 

 

Originalmente concebido pelo canal Naisekai, o projeto em espanhol já acumulou incríveis 600 milhões de visualizações no YouTube e outras plataformas, e agora chega ao Brasil com força total, garantindo sucesso absoluto já em seu episódio de estreia.

 

A gênese da série

 

Em 2019, Matías Sinay concebeu a ideia por trás de “Um Mundo Sem…” e se juntou ao ilustrador Santiago Pérez Silva para desenvolver os episódios. O projeto teve sua estreia no Instagram, mas devido ao crescimento exponencial de público, a dupla decidiu criar um canal no YouTube para lançar cada episódio. 

 

A série introduz uma abordagem única ao humor, explorando cenários onde elementos fundamentais, como escadas ou bolsos, são inexistentes. Matías destaca, inclusive, que o humor presente na série é capaz de cativar tanto um jovem de 12 anos quanto um adulto de 50 anos, independentemente de sua origem geográfica ou idioma. E os números da série comprovam que ele está certíssimo!

 

Ascensão meteórica

 

O sucesso da série foi tão avassalador que os próprios fãs começaram a postar organicamente no Tiktok, atingindo mais de 200 milhões de visualizações em publicações não oficiais. O fenômeno também transcendeu fronteiras, com fãs na plataforma chinesa BiliBili compartilhando uma versão legendada em mandarim. Posteriormente, a animação ganhou versões legítimas em espanhol em várias plataformas, em canais oficiais. E agora chegou a versão dublada oficialmente em português, através da PlayGround Brasil.

 

Batemos um papo com Matías para tentar entender sua mente genial!

 

PlayGround Brasil. Como surgiu a ideia para a série? Conte um pouco sobre o seu processo criativo.

 

Matías Sinay – Eu gosto muito de observar o mundo a partir de uma perspectiva diferente, como se fosse um alienígena. A ideia original para a série surgiu ao focar nas coisas simples e cotidianas com as quais convivemos diariamente: o que aconteceria se elas não existissem? Por exemplo, o que aconteceria se algo tão fundamental como “o bolso” nunca tivesse sido inventado? Mesmo algo tão pequeno pode mudar completamente a nossa vida cotidiana e teria impacto na evolução da humanidade.

 

PG. Como você vê a evolução das animações voltadas para adultos?

 

MS – Acredito que estamos vivendo um grande momento para as animações direcionadas a adultos. Elas estão se tornando cada vez mais populares e aceitas por todos. Além disso, muitas séries têm camadas duplas: podem ser apreciadas tanto por crianças quanto por adultos, com ambos compreendendo coisas diferentes, mas ambos se divertindo igualmente.

 

PG. Qual é a sua série de animação favorita atualmente e como ela te inspira?

 

MS – Entre as mais recentes, sem dúvida, “Rick and Morty” marcou um antes e depois. É uma combinação perfeita de comédia e ficção científica.

 

PG. Como é compartilhar a criação com Santiago? Qual é o processo de vocês?

 

MS – Santiago é o co-criador da série e, desde o início, houve uma excelente sinergia criativa. Ele deu vida à série, desde como os personagens aparecem até as vozes em espanhol, que ele próprio gravava. O processo criativo é muito fluido e completamente remoto. Em geral, começo escrevendo a primeira versão do roteiro, e depois ele contribui com mais piadas para chegarmos à versão final. A partir daí, inicia-se a fase de storyboard, seguida pelo animatic, animação, gravação das vozes, música original e pós-produção de som. A animação quadro a quadro é um processo longo que envolve uma equipe significativa.

 

PG. Como é a sua relação com os fãs? Algum deles surpreendeu você durante essa jornada com “Um Mundo Sem…”?

 

MS – É surpreendente que sempre tivemos um feedback muito positivo dos nossos fãs e nunca enfrentamos críticas negativas. Recebemos milhares de mensagens e comentários com ideias para episódios, teorias científicas sobre nossos mundos, entre outras coisas. Uma das coisas mais incríveis que aconteceu foi um fã que tatuou uma cena da série. Ficamos sem acreditar.

 

PG. No Brasil, a dublagem é uma forma de arte muito apreciada pelos fãs. Qual é a sua expectativa para esta nova fase de “Um Mundo Sem…” dublada em português?

 

MS – Acredito que a dublagem e o sotaque brasileiro acrescentam muito ao humor da série. Os dubladores fizeram um trabalho incrível e tornaram algumas piadas ainda mais engraçadas, então estou muito feliz e empolgado com a chegada de “Um Mundo Sem…” ao Brasil.

 

Veja “Um Mundo Sem…” todas as quartas no canal oficial da PlayGround Brasil, e todas as quintas no nosso canal do Tiktok.

 

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Victor Marcello

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