Em vídeo, Mark Zuckerberg diz que trabalhará com Donald Trump para “pressionar os governos de todo o mundo, que visam perseguir empresas americanas e pressionando para implementar mais censura”
Mark Zuckerberg, presidente-executivo da Meta, publicou um vídeo nesta terça-feira (07) em que anuncia mudanças significativas nas políticas de conteúdo do Facebook e Instagram.
Em um discurso alinhado com ideias e desejos do novo presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, o executivo revelou que o sistema de verificação de fatos das plataformas será substituído por “notas de comunidade”.
Essa mudança, que será inicialmente implementada somente nos Estados Unidos, segue o que foi feito por Elon Musk no X.
“Os verificadores de fatos têm sido muito politicamente tendenciosos e destruíram mais confiança do que criaram”, argumentou Zuckerberg, dizendo que o atual sistema de remoção de conteúdo causa “muita censura”.
“O que começou como um movimento para ser mais inclusivo tem sido cada vez mais usado para calar opiniões e excluir pessoas com ideias diferentes, e isso foi longe demais.”
O CEO da Meta argumenta que a nova abordagem significa que o Facebook e Instagram identificarão “menos conteúdos problemáticos”, mas também “reduzirão a remoção acidental de postagens e contas de pessoas inocentes”.
Ele cita “drogas, terrorismo e exploração infantil” como exemplos de conteúdos “ruins” que devem ser removidos das plataformas, mas não parece preocupado com a propagação de desinformação.
“Quando Trump foi eleito em 2016, a mídia tradicional escreveu a todo momento sobre como a desinformação era uma ameaça à democracia. Tentamos de boa fé abordar essas preocupações sem nos tornarmos árbitros da verdade”, continuou Zuckerberg.
A empresa também anunciou que simplificará as políticas de conteúdo ao “descartar uma porção de restrições em tópicos como imigração e identidade de gênero, que estão fora do discurso convencional”.
No X, já sabemos que mudanças como estas encorajaram a propagação de desinformação e abriram espaço para discursos de ódio sem que os perfis sejam punidos por isso, já que a plataforma vê estes conteúdos como “liberdade de expressão”.
E ao que tudo indica, o mesmo acontecerá no Facebook e Instagram.
No último tópico do vídeo, o CEO da Meta afirmou que a empresa trabalhará com Trump para “pressionar os governos de todo o mundo, que visam perseguir empresas americanas e pressionam para implementar mais censura”.
Ele acusa a Europa de criar leis que “institucionalizam a censura” e os países da América Latina de ter “tribunais secretos que podem ordenar que as empresas apaguem conteúdo discretamente”.
Para João Brant, secretário de Políticas Digitais da Secom, Zuckerberg está falando do Supremo Tribunal Federal do Brasil, que em 2019 iniciou o inquérito das fake news de forma sigilosa, mirando em políticos, empresários e usuários acusados de publicar ameaças à Suprema Corte e propagar desinformação nas redes sociais.
“O anúncio feito hoje por Mark Zuckerberg antecipa o início do governo Trump e explicita aliança da Meta com o governo dos EUA para enfrentar União Europeia, Brasil e outros países que buscam proteger direitos no ambiente online (na visão dele, os que ‘promovem censura’)”, disse Brant em entrevista ao G1.
A União Europeia, por exemplo, defende políticas de regulamentação das redes sociais não apenas para garantir um ambiente inclusivo e livre de desinformação, mas também para proteger a saúde mental de adolescentes e jovens de conteúdos nocivos.
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