Desde 2 de agosto, estamos em “dívida” com a Terra, que não deu conta do nosso ritmo acelerado de consumo
Um relatório publicado pela Global Footprint Network revelou que, em 2 de agosto, a humanidade esgotou os recursos naturais disponíveis para 2023.
Portanto, durante o restante do ano estaremos vivendo “endividados” com a Terra, já que consumimos mais rápido do que a capacidade de recuperação do planeta.
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Este estudo é realizado desde 1970 e, anualmente, faz uma análise anual para identificar o nível de consumo de 200 países e determinar a dívida ecológica da humanidade e o Dia da Sobrecarga da Terra.
“Ondas de calor, incêndios florestais, secas e inundações têm a ver com a antecipação do Dia da Sobrecarga da Terra”, explicou Steven Tebbe, CEO da GFN.
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Embora seja uma data simbólica, a organização busca conscientizar sobre o nível de consumo e emissões de poluentes que o planeta vem registrando, ainda mais quando os efeitos das mudanças climáticas estão cada vez mais intensos.
O relatório indica que o consumo dos recursos do solo, mar e floresta é superior ao que estes ecossistemas nos podem dar em 365 dias.
Especialistas explicaram que precisaríamos de 1,7 Terras por ano para dar conta do nosso ritmo de consumo em meio a recursos limitados e em um planeta em aquecimento global.
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E se toda a humanidade tivesse o estilo de consumo dos Estados Unidos, seriam necessários os recursos de cinco Terras por ano para atender a demanda.
A lista dos países que mais consomem recursos é liderada por Estados Unidos, Austrália, Rússia, Alemanha e Japão.
A APOSTA PARA ATRASAR A DATA DE SOBRECARGA
O relatório determina que, para reverter estes resultados, é necessário atrasar a data de sobrecarga em 19 dias de cada ano até 2030, porque o atual sistema econômico e produtivo é insustentável.
No entanto, a data foi adiantada em um mês durante cada década desde 1970. Por exemplo, em 1980, o Dia da Sobrecarga foi em 4 de novembro, mas em 2020 foi em 23 de setembro.
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A única vez que a data teve um retrocesso significativo foi em 2020 devido ao isolamento social consequente da pandemia de covid-19. Por isso, menos recursos foram consumidos e, nesse ano, o indicador voltou 13 dias no mês de agosto.
Diante desse cenário, a organização planeja conscientizar o mundo sobre o nível de consumo de cada pessoa, de cada cidade e país.
O plano também inclui reduzir em 50% o nível de consumo de carne e o desperdício de alimentos; bem como reduzir os níveis de desmatamento e emissões de poluentes em cerca de 60%.
A ideia é que a humanidade não esgote antecipadamente os recursos naturais da Terra como vem acontecendo anualmente; já que isso não é ambientalmente sustentável e, obviamente, gera consequências devastadoras para o futuro do planeta e da própria humanidade.
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