O brasileiro Paulo Peregrino, de 61 anos, passou pelo tratamento de terapia celular na USP: “A vitória é da fé e da ciência”
A vitória de Paulo Peregrino contra o câncer já comoveu milhares de pessoas. O escritor brasileiro de 61 anos lutava contra a doença há 13 anos, mas conseguiu ter remissão completa após ser submetido a um tratamento pouco utilizado, mas considerado revolucionário.
A técnica, chamada de terapia celular (ou CAR-T Cell), ainda está sendo estudada e é adotada por poucos países do mundo — na América Latina, o método é utilizado apenas no Brasil.
Trata-se de um processo que, resumidamente, modifica as células do sistema imunológico do paciente para eliminar os tumores com mais eficiência. De acordo com o Instituto Butantan, é um dos tratamentos mais avançados da ciência no combate ao câncer.
Entre as vantagens do CAR-T Cell, estão a redução de remédios para dor, a diminuição de sessões de quimioterapia e a possibilidade de remissão total ou parcial do câncer. No entanto, o tratamento não é utilizado para todos os tipos da doença.
No Brasil, 14 pacientes foram tratados com a técnica adotada pela Universidade de São Paulo (USP), em parceria com o Instituto Butantan e o Hemocentro de Ribeirão Preto.
69% destes pacientes, assim como Paulo, tiveram remissão completa do câncer em 30 dias de tratamento. O primeiro a ser submetido à técnica apresentou resultados positivos, mas faleceu em um acidente doméstico.
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No caso de Paulo Peregrino, ele foi submetido à terapia celular no começo de abril e, em apenas um mês, apresentou remissão completa de seu terceiro linfoma. Em 28 de maio, ele recebeu alta no Hospital das Clínicas de São Paulo.
Antes disso, ele havia passado por múltiplas sessões de quimioterapias, dezenas de internações, transplante de medula óssea, entre outros procedimentos, e estava prestes a iniciar cuidados paliativos (quando há pouca chance de cura).
“A vitória não é só minha. É da fé, da ciência e da energia positiva das pessoas. Cada uma delas ajudou a colocar um paralelepípedo nesse caminho”, disse Paulo em entrevista ao G1. Ele espera que seu caso tenha “pelo menos, modestamente, passado esperança a quem tanto precisa”.
Em sua conta no Instagram, ele publicou imagens dos exames que mostram o antes e o depois da doença. “A imagem prova com muita clareza para qualquer pessoa a gravidade do meu linfoma, e eu não tinha ideia de que era assim”, comentou.
Os 14 pacientes receberam tratamento gratuito graças às verbas da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
A expectativa é que o estudo clínico receba mais investimentos públicos para ampliar o número de pacientes contemplados pelo tratamento no Sistema Único de Saúde (SUS), uma vez que os custos do CAR-T Cell chegam a pelo menos R$ 2 milhões por pessoa na rede privada (via G1).
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