O ambiente que associamos ao autocuidado pode ser o vilão do desperdício dentro da nossa casa
O banheiro é o lugar da casa onde a gente mais se cuida, mas também é onde a gente se esquece de zelar pelo meio ambiente. Um dos cômodos mais críticos de uma residência em relação ao impacto ambiental é o banheiro. Pense em todas as embalagens e itens de higiene pessoal de uso único ou com muitas embalagens, como pastas de dente, produtos de skincare e absorventes. Falamos com uma especialista na área de sustentabilidade e consumo e recolhemos dicas práticas para melhorar nossa relação com o planeta, começando pelo banheiro.
Nosso consumo decolou nas últimas décadas, e coisas que fazemos diariamente deixam marcas no planeta. No fim das contas, são os países mais ricos e as grandes indústrias que têm o poder de provocar mudanças mais significativas no impacto ambiental. A pressão para que essas mudanças ocorram continua sendo nosso maior poder político como indivíduos, mas também temos a possibilidade inédita de diminuir esse desperdício desenfreado e mudar a maneira como consumimos.
“Cada vez mais, a gente vê uma inseparabilidade entre o corpo, a casa, o planeta e o mundo social. Quase impossível pensar na saúde pessoal sem pensar na saúde coletiva”, afirma Fátima Portilho, professora da Universidade Federal Rural do RJ e especialista em consumo consciente. A relação entre o consumo e a sustentabilidade ganhou novos pesos e medidas com a Geração Z, que prefere comprar produtos de marcas mais atuantes em questões ambientais. Com essa mudança de perspectiva, consumir de forma irresponsável pode virar motivo de cancelamento no futuro.
“Nós, pesquisadores, damos muita ênfase para políticas públicas e grandes ações. A gente também precisa olhar para essa esfera da domesticidade, da vida cotidiana, ter uma agenda de como a casa vai ser gerida. Essa agenda precisa incorporar questões ambientais e de direitos humanos que estão por aí”, declara Fátima.
O cotonete, um conhecido do banheiro, ocupa o sexto lugar no ranking de resíduos encontrados nas praias britânicas. E se seguirmos as recomendações de dentistas sobre a troca tradicional de escovas de dente a cada três meses, imagine a quantidade de lixo ao longo de uma vida!
O mercado convencional de higiene e bem-estar já começou a se desconstruir e apresentar opções mais saudáveis ou sustentáveis. Existe uma diversidade de produtos alternativos para atender ao nicho de pessoas que buscam essa consciência. Escovas de dente de bambu ou xampus em barra já circulam em mercados, farmácias e feiras, diminuindo o uso de plástico, embalagens e impacto de transporte.
Com isso em mente, a Playground fez o exercício de coletar dicas de como reduzir o impacto ambiental na rotina dos nossos cuidados pessoais.
Pega a visão! Quando for abrir qualquer produto, fique ligado no que pode ser reciclável. Também é uma boa ideia ter duas lixeiras no banheiro! Uma para o descarte tradicional e outra para itens que podem ser reciclados!
Melhor não utilizar sacos plásticos no lixo convencional. As lixeiras podem ser lavadas e uma sacola maior pode abrigar todo o lixo da casa, evitando o descarte.
Diferentemente dos xampus líquidos, que geralmente contêm 80% de água, os xampus em barras são produzidos com ativos naturais e obtidos a partir da saponificação de gorduras e óleos. Além disso, os xampus sólidos diminuem a necessidade de embalagens plásticas e ocupam menos espaço, reduzindo nossa pegada de carbono com economia de transporte.
A gente não vai pedir para você evitar a escova de dentes e ficar com bafo! Mas, atualmente, existem escovas feitas de bambu biodegradáveis. Caso não se adapte, recicle o que puder da escova de dente. Uma solução para o descarte é quebrar a parte superior, onde ficam as cerdas, e jogar o plástico do cabo da escova num lixo reciclável.
Há empresas que produzem cotonetes de bambu que agridem menos o meio ambiente. Diferentemente dos cotonetes de plástico, que podem demorar centenas de anos para se decompor, estes são biodegradáveis. Que tal experimentar?
O algodão parece fofo e inofensivo, mas é um produto quimicamente tratado que não pode ser reciclado. Ele é um “highlander” da poluição e leva anos para se decompor no meio ambiente. Que tal, quando possível, optar por discos de crochê que têm a mesma função do algodão? Após o uso, basta lavar, secar e reutilizar.
100% natural e biodegradável, a bucha vegetal é mais sustentável do que as esponjas de poliuretano (plástico derivado do petróleo). Pode ser cortada em pedaços e é bem mais barata se for comprada em feiras ou mercados locais. Usando a esponja vegetal, também incentivamos os pequenos agricultores.
Fique atento para comprar produtos sustentáveis de empresas comprometidas com o meio ambiente. Observe o rótulo e embalagens de todos os produtos e dê preferência a embalagens de papel. Valorize também o trabalho de pequenos empreendedores e marcas locais. Ao utilizar produtos artesanais, você não só adere ao consumo verde como incentiva a produção humanizada e a economia de pequenos negócios.
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