Movimento surgiu na Coreia do Sul e busca dizer “não” ao namoro, às relações sexuais, à maternidade e ao csamento como forma de luta de gênero
Um movimento que surgiu na Coreia do Sul, chamado 4B, vem ganhando forças em meio à luta pela igualdade de gênero.
O grupo de feministas se inspirou em outros movimentos, como o “MeToo” e “Escape the Corset”, para promover o debate sobre como seria uma vida sem homens.
- Mulheres processam Dinamarca por colocar DIUs sem o consentimento delas
- Por que ainda insistem em dopar as mulheres?
Além disso, o 4B também tem procurado criar espaços seguros para as mulheres expressarem suas frustrações e preocupações enquanto vivem numa sociedade conservadora e patriarcal como a Coreia do Sul.
Dessa forma, o movimento quer encorajar outras mulheres a protestar contra os padrões tradicionais e dizer “não” a namorar, ter relações sexuais, casar ou ter filhos com homens.
Elas acreditam que a misoginia entre os sul-coreanos está tão profundamente enraizada nas estruturas sociais, políticas e econômicas que a única forma de existir uma sociedade igualitária é eliminá-la radicalmente.
UMA LUTA PELA IGUALDADE DE GÊNERO
A Coreia do Sul tem uma das maiores disparidades salariais entre homens e mulheres.
Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), as mulheres ganham, em média, 37% menos do que os homens.
Além disso, apenas 11,2% das trabalhadoras ocupam cargos de liderança, segundo o Ministério da Igualdade de Gênero e Família sul-coreano.
O país ainda se tornou a nação que tem o condenável costume de instalar câmeras secretas em banheiros públicos femininos, vestiários e quartos de motel para divulgar gravações que violam o direito à privacidade.
Por isso, existem razões suficientes para que quase 50 mil mulheres tenham decidido aderir ao movimento que surgiu em 2019.
Para algumas, evitar o contato com homens é a melhor solução para evitar a violência. Já para alguns grupos conservadores, este é um dos motivos pelos quais a taxa de natalidade continua caindo significativamente no país.
“Não interagir com eles é a forma de evitar a violência. Casar com um homem, ter filhos com ele e criá-los contribui para o patriarcado. E tudo o que lutamos é para derrubar este sistema que só nos prejudicou”, disse Rokbi, membro do 4B, em entrevista à The Clinic.
Embora o 4B não tenha ganhado muito espaço nos países latino-americanos, a tendência sul-coreana está chamando atenção em meio à luta pela igualdade de gênero.
Publicações nas redes sociais e ações de ativistas têm sido os maiores aliados para divulgar a causa feminista.
Você também pode se interessar: