FUTURO

Pit stop da Formula 1: os segundos que podem definir o placar de uma corrida

Com agilidade e precisão cada vez mais apuradas, o momento do pit stop é uma ótima mostra do quanto a Formula 1 evoluiu nas últimas décadas

Talvez você não saiba, mas o pit stop perfeito de uma corrida de Formula 1 ocorre em menos de 2 segundos. Mas nem sempre foi assim. Para chegar a esse tempo tão curto, foram necessários avanços tecnológicos, preparação, técnica e um trabalho de equipe bastante preciso de mecânicos e engenheiros ao longo das últimas décadas. Hoje, o tempo de duração de um pit stop é um verdadeiro diferencial na definição de corridas e até campeonatos.

 

Para entender como ocorre essa ação que de tão veloz e sincronizada parece impossível, vamos nos aprofundar em seus detalhes. 

 

Equipe

 

Cerca de 18 a 20 pessoas, cada uma com a sua função, formam uma equipe mega sincronizada de um pit stop de Formula 1. Esse número é definido por cada escuderia para alcançar a performance mais eficiente e capaz de usar o mínimo possível de tempo para atender o piloto assim que ele para o carro na pit lane – uma espécie de pista paralela à principal, onde acontece o pit stop. 

 

Com o veículo estacionado, geralmente são doze mecânicos trabalhando nas trocas dos pneus – três para cada roda – enquanto engenheiros ajudam a levantar, posicionar e estabilizar o carro. Uma equipe com extintores também fica a postos para evitar acidentes. Apesar de muita gente lembrar dos veículos sendo reabastecidos no pit stop, essa prática já não ocorre desde 2010, por questões de estratégia e  segurança. Sendo assim, o foco da ação é a troca de pneus e outros possíveis ajustes necessários do veículo. 

 

Dependendo das habilidades dos profissionais, o pit stop pode ser fator crucial para definir quem será o vencedor da corrida, então dá para imaginar o tamanho da pressão em cima desses mecânicos e engenheiros, que passam por longas horas de treinamento! 

 

Correndo contra o tempo

 

O primeiro passo acontece antes mesmo do piloto parar nos boxes. Através de um rádio, ele alinha tudo com sua equipe, e essa comunicação ocorre uma volta antes do carro chegar à pit lane. A partir de sua entrada, o piloto reduz a velocidade até parar na frente do seu box. Importante destacar que dentro da pit lane, a velocidade do veículo é controlada e o limite varia dependendo do circuito.

 

É aí que o mecânico chefe coloca um sinal de trânsito na frente do piloto, indicando que os ajustes estão em andamento e ele ainda não pode acelerar. Os mecânicos se aproximam com dois macacos hidráulicos: o frontal, que já está posicionado, e o traseiro, que só é colocado na posição quando o carro para. Existe também um macaco lateral que é acionado somente nos casos em que é necessário trocar a frente do carro. 

 

Dois mecânicos levantam o carro do chão, enquanto outros três são responsáveis pela troca de cada pneu. Essas pequenas equipes de três pessoas se dividem entre: um profissional que usa a pistola pneumática (com ar pressurizado) para remover o parafuso central da roda, outro que retira o pneu e um terceiro que coloca o pneu novo. Ao fim da ação, o primeiro mecânico aperta novamente o parafuso. Com todos os pneus trocados e eventuais ajustes feitos, é hora de voltar para a pista! Então, uma luz verde é acesa, indicando ao piloto que ele pode partir. 

 

Evolução a passos lentos

 

Claro que todo esse nível de eficiência não surgiu da noite para o dia. Assim como a história da Formula 1, a história dos pit stops envolve evoluções que ocorreram ano após ano, mas com alguns saltos que valeram por décadas. 

 

Antigamente, a troca de pneus era facultativa e só acontecia se houvesse danos sérios ou mudanças nas condições da pista, como uma chuva. Somente quatro mecânicos podiam se aproximar dos carros para trocar os pneus e fazer o reabastecimento. Até os anos de 1950, por exemplo, as pit lanes nem sequer existiam, os mecânicos envolvidos em um pit stop tinham menos equipamentos de proteção, os carros passavam a toda velocidade e, para se protegerem de respingos e banhos de combustível, os pilotos usavam panos ou toalhas nos ombros. Nem é preciso comentar que o tempo para toda a ação era muito maior.

 

A revolução aconteceu nos anos de 1980, mais precisamente em 1982, quando o diretor técnico da equipe da Brabham, o sul-africano Gordon Murray, criou o conceito do pit stop moderno, que mudaria a história da Formula 1. A principal ideia envolvia manter o carro leve com menos combustível, e reabastecer durante a corrida, mas tão importante quanto isso era fazer sempre uma troca de pneus, para evitar o desgaste que interferia diretamente na velocidade do veículo no final das provas. Além das pistolas e dos equipamentos, eles usavam um armário para aquecer os pneus, e desenvolveram um sistema de reabastecimento com pressão, que conseguia colocar 113 litros de combustível em apenas 3 segundos no carro, tudo para reduzir o tempo do pit stop ao máximo.

 

Após a Brabham ganhar o campeonato de 1983, outras equipes começaram a investir em suas próprias soluções para pit stops, seguindo sua estratégia bem sucedida. Até que em 1994, no Grande Prêmio da Alemanha, a etapa de reabastecimento causou um grave acidente durante um pit stop, quando o combustível escapou pela mangueira e causou um incêndio, queimando o rosto do piloto Jos Verstappen, pai do campeão Max Verstappen. Esse acidente marcante gerou diversas discussões e reavaliações de segurança. O reabastecimento dos carros durante o pit stop durou até o final da temporada de 2009, quando finalmente foi banido.

 

Com o fim do reabastecimento, as equipes puderam dedicar todo o seu tempo e expertise para a troca de pneus. Na década de 2010 ocorreram novos avanços tecnológicos que diminuíram muito a possibilidade de erro humano, como o sistemas de luzes de tráfego, pistolas pneumáticas mais potentes e recursos automatizados para liberar o piloto de volta à corrida. 

 

Transmissão em constante evolução

 

Com a evolução dos pit stops, a maneira de transmiti-los também mudou. Hoje, existem câmeras posicionadas em diversos locais, do topo dos boxes até os carros, para pegar todos os ângulos e detalhes do que acontece nos poucos segundos da ação completa. Se antes nossa experiência era limitada a alguns enquadramentos, hoje podemos ter uma experiência verdadeiramente imersiva. 

 

E tudo isso chega nas nossas casas em tempo real graças ao papel fundamental da Lenovo. Atualmente, impulsionando toda a transmissão de cada segundo das corridas de Formula 1, a Lenovo continua investindo em novas tecnologias que aprimoram constantemente a experiência dos espectadores. Essa evolução nos faz olhar para a Formula 1 com novas expectativas. O que será que nos espera? Pit stops ainda mais rápidos? Experiências mais imersivas? Não vemos a hora desse futuro chegar.

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Victor Marcello

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