Planeta registra uma perda de biodiversidade em níveis alarmantes devido às ações humanas e mudanças climáticas
O Fundo Mundial para a Natureza (WWF) revelou que o tamanho das populações de animais selvagens diminuiu em 73% no planeta ao longo de meio século (1970-2020).
A situação mais crítica é na América Latina e no Caribe, onde a perda pode chegar a até 95%, já que essa é uma das regiões mais biodiversas do mundo.
A perda de biodiversidade foi menor na Europa e na Ásia Central, com uma queda de 35%, e na América do Norte, com 39%.
No entanto, as populações de animais selvagens dessas regiões já sofreram um declínio significativo em décadas anteriores, o que fez com que os países investissem mais em medidas de conservação.
No geral, a maior queda é registrada nas populações de espécies de água doce, que sofreram um declínio de 85%, seguido pelos vertebrados terrestres (69%) e marinhos (56%).
O relatório “Planeta Vivente” foi apresentado poucos dias antes da COP16 sobre biodiversidade, que acontecerá na Colômbia.
Kirsten Schuijt, diretora geral da WWF, garantiu que estes números são um alerta para a humanidade, que também está ameaçada.
“A natureza está enviando um SOS. A crise climática e a perda de biodiversidade está colocando a vida selvagem e os ecossistemas para além dos seus limites. Pontos de inflexão globais perigosos ameaçam danificar os sistemas de sustentação da vida na Terra e desestabilizar as nossas sociedades”, disse ela.
No relatório apresentado em 2022, a perda estimada foi de 68%, o que mostra um aumento significativo nos dados mais recentes.
A análise foi elaborada a partir do “Índice Planeta Vivente”, que registra cerca de 5.500 animais vertebrados (mamíferos, aves, peixes, répteis e anfíbios), distribuídos em cerca de 35 mil populações em todo o mundo.
Os pesquisadores da Sociedade Zoológica de Londres (ZSL) analisam esses dados a cada dois anos para avaliar a situação das populações.
Yann Laurans, diretor de programas do WWF na França, explicou que uma população é um grupo de animais que se encontra em um determinado lugar.
Por isso, o número revelado não significa que quase três quartos dos animais selvagens do planeta tenham desaparecido, mas sim que suas populações estão em declínio.
O relatório da WWF sugere que todos os indicadores mostram que o planeta se aproxima de um perigoso ponto sem retorno.
A natureza está desaparecendo a um ritmo alarmante e os seus impactos podem desencadear mudanças cada vez mais rápidas e irreversíveis.
Assim, os especialistas afirmam que estes pontos sem retorno têm consequências catastróficas não só para os ecossistemas, mas para toda a humanidade.
Por exemplo, a morte em massa de corais destruiria completamente a pesca e a proteção que as pessoas têm nas zonas costeiras contra tempestades.
Um dos casos mais graves é registrado na Amazônia, onde a selva passaria a liberar carbono na atmosfera em vez de absorvê-lo. Isso mudaria completamente os padrões climáticos de todo o planeta.
“Não é exagero dizer que o que acontecer nos próximos cinco anos determinará o futuro da vida na Terra. Temos cinco anos para colocar o mundo numa trajetória sustentável antes que as reações negativas nos coloquem em pontos de inflexão. O risco de fracasso é real e as consequências quase impensáveis”, conclui o relatório.
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