Nas últimas semanas, o governo vem enfrentando uma grave crise de violência e decretou um “conflito armado interno” para combater as facções criminosas que atuam no país
Uma onda de violência generalizada tem tomado conta das ruas do Equador, com dezenas de ataques liderados por facções criminosas ligadas ao tráfico de drogas.
Tudo começou quando Adolfo “Fito” Macías, líder da gangue “Los Choneros”, escapou da prisão em Guayaquil onde cumpria uma pena de 34 anos.
A fuga de Fito desencadeou motins em pelo menos seis prisões do Equador, onde vários guardas foram feitos de reféns. Foi registrada pelo menos uma fuga de prisioneiros.
A facção “Los Choneros” é uma das mais temidas do país e disputa rotas de tráfico de drogas com cerca de 20 organizações criminosas.
Por conta de tudo isso, o presidente do Equador, Daniel Noboa, declarou estado de emergência por 60 dias e toque de recolher de seis horas.
“Não vamos negociar com terroristas”, afirmou o líder político, garantindo que as ações do governo para recuperar o controle das prisões foram o motivo dos ataques.
No entanto, os criminosos também reagiram com violência ao anúncio de Noboa de que o governo pretende construir prisões de alta segurança em navios.
Em 9 de janeiro, Fabricio Colón Pico, um dos chefes da quadrilha “Los Lobos”, também fugiu da prisão. O criminoso foi preso por acusações de sequestro e planejamento de assassinato do procurador-geral do caso.
A verdade é que a crise enfrentada pelo Equador não é tão recente e agravou-se nos últimos três anos. Só em 2023, foi registrado o número recorde de mais de 7.800 homicídios, dos quais apenas cerca de 580 foram solucionados.
Noboa decretou estado de emergência por 60 dias para enfrentar a crise que o país enfrenta.
“Acabo de assinar o decreto do estado de emergência para que as Forças Armadas tenham todo o apoio político e jurídico nas suas ações nas ruas e nas prisões”, disse Noboa.
A medida constitucional dá ao presidente poderes para mobilizar militares e policiais para as ruas e prisões, com o argumento de que há uma “grave comoção interna” no país.
Noboa também pode suspender alguns direitos dos cidadãos, como é o caso do toque de recolher obrigatório estabelecido das 23h até às 5h.
Medidas como esta buscam restaurar a segurança e a ordem pública. Também foi declarada uma zona de segurança nas prisões e em toda a área num raio de 1km.
A atual crise de segurança no Equador começou em 2021, quando um massacre aconteceu dentro da Penitenciária do Litoral, em Guayaquil.
Pelo menos 79 detentos morreram em confrontos internos entre gangues rivais em uma das cadeias mais perigosas do país.
As brigas, por sua vez, foram causadas pela morte do chefe e líder da gangue “Los Choneros”, Jorge Luis “Rasquiña” Zambrano, segundo a AP.
Então, as facções disputaram internamente para obter o controle dos “Los Choneros”. Em setembro de 2021, 119 prisioneiros foram mortos em diferentes penitenciárias, no pior massacre prisional da história do país.
Estima-se que mais de 450 detentos tenham morrido nos últimos três anos. As brigas entre gangues não pararam em meio à grave superlotação carcerária no país.
Entretanto, tudo isso tem um ponto de origem em comum: o tráfico de drogas. Isso porque, nos últimos anos, o Equador passou a ser protagonista na rota de exportação ilegal de entorpecentes.
A segurança no Equador piorou significativamente em 9 de janeiro, depois que um grupo de homens armados invadiram uma transmissão ao vivo do canal TC Televisión em Guayaquil.
Os criminosos entraram no estúdio e ameaçaram os apresentadores e funcionários com armas e granadas.
Como tudo foi transmitido, o país ficou em choque. Nas imagens, foi possível ver pessoas sendo feitas de reféns.
Não demorou muito até que unidades especiais da polícia equatoriana chegassem ao local. Eles conseguiram capturar 13 criminosos e libertaram todos os reféns.
Enquanto a invasão na TV acontecia, o país sofria mais ataques em outras cidades. Em Quito, muitas lojas foram saqueadas, veículos incendiados e pelo menos sete policiais foram sequestrados.
Também foram registradas explosões contra uma delegacia próxima à casa do presidente do Supremo Tribunal de Justiça, além de incursões de grupos armados em universidades.
A situação nas prisões também não foi nada boa e dezenas de guardas foram detidos pelos presos.
Muitos dos criminosos condenados usam suas celas como centros de comando e operações ligadas aos cartéis de drogas no México e na Colômbia.
A crise escalou a tal nível que o presidente Daniel Noboa decretou que o país se encontra num “conflito armado interno”.
O governo ordenou que todas as forças militares restabeleçam a ordem pública ao combater cerca de vinte facções criminosas ligadas ao tráfico de drogas.
Noboa assumiu o poder em novembro, depois de vencer as eleições com promessas de combater o crime e melhorar a economia.
Suas primeiras medidas visaram enfraquecer as estruturas criminosas. Ele prometeu fazer mudanças significativas nas prisões para isolar os detentos mais violentos e perigosos.
Uma das propostas que gerou polêmica é a instalação de prisões flutuantes em barcas para deter os criminosos mais perigosos do país.
Os três grupos que lideram o tráfico de drogas no Equador são ‘Los Choneros’, ‘Lobos’ e ‘Tiguerones’, que estão ligados a vários cartéis mexicanos e colombianos.
O Equador tornou-se uma rota importante de trânsito e exportação de drogas. Localizado entre o Peru e a Colômbia, os maiores produtores de cocaína do mundo, este país está imerso na luta dos traficantes pelo controle territorial.
Agora, o presidente mais jovem da história do país enfrenta uma crise que era previsível e que põe em xeque a segurança do Equador.
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