Kátyna Baía e Jeanne Paollini estavam viajando rumo à Berlim quando foram presas sob suspeita de tráfico de drogas
O que deveria ser uma viagem turística, se transformou em um pesadelo que gerou repercussão nacional. As brasileiras Kátyna Baía e Jeanne Paollini foram presas injustamente na Alemanha após serem acusadas por tráfico de drogas. Depois de passarem 38 dias na prisão, elas finalmente foram soltas e inocentadas — na verdade, o casal foi vítima de um golpe muito bem elaborado.
Tudo começou em 4 de março de 2023, quando as brasileiras embarcaram no Aeroporto Santa Genoveva, em Goiás, com rumo à Berlim, na Alemanha, onde iniciariam os 20 dias de férias. Primeiro, elas fizeram uma escala no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, onde o golpe foi aplicado.
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Kátyna e Jeanne viajavam pela companhia aérea Latam e despacharam suas malas, uma rosa e outra preta, em Goiás. De acordo com a Polícia Federal, as bagagens foram trocadas em Guarulhos, antes de serem transportadas ao avião, por membros de uma quadrilha internacional de tráfico de drogas.
Vídeos obtidos pela TV Globo mostram dois funcionários colocando as etiquetas das malas das brasileiras em outras duas bagagens, com cores diferentes e com 20 kg de cocaína cada.
As câmeras de segurança também identificaram duas outras mulheres que chegaram ao aeroporto de Guarulhos na mesma noite. Elas entregaram as duas malas com droga para uma funcionária em um balcão de check-in e foram embora do aeroporto logo em seguida.
Sem ter ideia do que havia acontecido, Kátyna e Jeanne foram detidas em 5 de março, em uma escala em Frankfurt. Mas elas só foram entender o motivo de estarem sendo presas algumas horas depois.
“Eu caminhei algemada pelo aeroporto de Frankfurt, escoltada por vários policiais, sem saber o que estava acontecendo. Só depois de muito tempo que chegou uma intérprete que informou que nós estávamos sendo presas por tráfico de drogas. E assim que o policial apresentou as supostas malas, falamos de imediato que aquelas malas não eram nossas”, disse Jeanne em entrevista ao G1.
Ao serem presas no aeroporto, as brasileiras foram levadas para celas separadas e, por três dias, comeram apenas pão e água. Depois, elas foram transferidas para um presídio feminino de Frankfurt, onde ficaram por mais 35 dias em celas descritas como “desconfortáveis e frias”.
Elas foram soltas após a polícia alemã analisar os documentos enviados pelo Ministério da Justiça do Brasil que comprovam a inocência das brasileiras. O Ministério Público da Alemanha, então, arquivou o caso e liberou o casal em 11 de abril.
Ao Estadão, a irmã de Kátyna, Lorena Baía, disse que as duas estão “muito cansadas e desgastadas emocionalmente” e que “foram privadas de sono durante todos esses dias”.
Chayanne Kuss de Souza, advogada das brasileiras, explicou ao G1 que elas foram completamente inocentadas pelas autoridades alemãs:
“Elas podem voltar para o Brasil quando bem entenderem, na medida também que podem voltar para Alemanha quando bem entenderem. Não há nenhum registro criminal nos nomes delas.”
A Polícia Federal já prendeu pelo menos sete pessoas envolvidas no caso. Kátyna e Jeanne afirmaram que desejam buscar reparação judicial pelo ocorrido, embora não tenham detalhado o teor da ação.
A GRU Airport, concessionária que administra o Aeroporto Internacional de São Paulo, disse que o manuseio das bagagens dos passageiros é de responsabilidade das empresas aéreas.
A Latam, por sua vez, emitiu uma nota dizendo que está analisando o caso com “máxima prioridade” e que tem colaborado com as investigações, mas que “nenhum dos funcionários envolvidos pertence à companhia”.
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