Em 2016, surgiu a teoria de que a água seria capaz de alterar a rotação da Terra; agora, um novo estudo confirmou o impacto dos aquíferos no eixo terrestre
A Terra é chamada de planeta azul devido à forma como seus lagos e oceanos cobrem 70% da superfície. Mas uma pesquisa recente concluiu que a extração de águas subterrâneas teve um impacto inesperado.
O estudo publicado na Geophysical Research Letters descobriu que a Terra se inclinou cerca de 80 centímetros para o leste como consequência da grande quantidade de água subterrânea que foi extraída pelos humanos entre 1993 e 2010.
Neste período, estima-se que a humanidade tenha extraído cerca de 2.150 gigatoneladas de água de aquíferos. Isso equivale a um volume que seria capaz de aumentar o nível do mar em 6 milímetros.
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Embora para muitos esse processo seja imperceptível e de menor importância, o estudo concluiu que a extração, somada ao degelo e a elevação do mar, contribuíram para o deslocamento do eixo de rotação da Terra.
“A distribuição de água no planeta afeta como a massa é distribuída. É como adicionar um pouco de peso a um pião, então a Terra gira um pouco diferente conforme a água se move”, explica a pesquisa.
O geofísico da Universidade Nacional de Seul, Ki-Weon Seo, afirma que o polo da Terra sofre mudanças significativas com a rotação, mas essa descoberta é totalmente inédita.
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“Nosso estudo mostra que, entre as causas relacionadas ao clima, a redistribuição das águas subterrâneas realmente tem o maior impacto na deriva da rotação dos polos”, declarou o cientista.
Segundo o especialista, o pólo de rotação costuma mudar vários metros por ano. Além disso, o impacto da extração de água subterrânea não teria o poder de alterar as estações, mas poderia afetar o comportamento do clima a longo prazo.
“Estou muito feliz por encontrar a causa inexplicável do desvio do pólo de rotação. Por outro lado, como residente da Terra e pai, estou preocupado e surpreso ao ver que o bombeamento de águas subterrâneas é outra causa do aumento do nível do mar”, declarou Seo.
O novo estudo demonstra, mais uma vez, o grande impacto que as atividades humanas podem ter no equilíbrio da Terra.
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